sexta-feira, 29 de julho de 2016

Editorial: Não tenho mais o que fazer para melhorar a Segurança Pública do Rio Grande do Norte


Durante a campanha eleitoral de 2014, governador Robinson "ostentava" foto da presidenta afastada Dilma Rouseff, pedindo votos dos eleitores, tinha como vice filiado ao PCdoB e se autointitulava como "governador da segurança", até aparecer o primeiro teste de fogo em Março 2015, quando ocorreram rebeliões em diversos presídios do estado e tendo ônibus incendiados. A medida foi enérgica e mereceu elogios. Chamou a Força Nacional e decretou estado de emergência na segurança, dia imediato após os ataques. Um ano após, além do problema da segurança não ter sido sanado, seu filho, Fábio Faria, casado com uma das herdeiras do Silvio Santos, vota pela admissibilidade do impeachment da presidenta, pondo seu pai sofrer um golpe administrativo. Hoje, Robinson colhe o que seu filho e ele plantaram, ao afirmar que “Não tenho mais o que fazer para melhorar a Segurança Pública do Rio Grande do Norte”

Realmente governador, sua declaração foi infeliz, mas teve sentido. Teve porque hoje vivemos mais um dia de pânico no estado, quando bandidos tomaram conta do estado. Quando saiu primeiros áudios via Whats App, ainda hoje, anunciando ataques, percebemos que bandidos não estavam para brincadeira. E eles fizeram. Conta do dia: 7 ônibus incendiados na Região Metropolitana e pânico para quem estudava e trabalhava, inclusive vídeo dos próprios bandidos incendiando ônibus em pleno terminal e atirando, caracterizando ousadia dos criminosos ao cometerem crime, um deles estava de cara limpa. Um dia antes, o governador soltou a dita declaração.


Antes disso, Fábio Faria, ao anunciar voto pelo impeachment, declarou "Pela união do Brasil, com fé nas nossas instituições e retomada do crescimento, voto sim". O resultado foi imediato. O governador perdeu secretários respeitáveis e então aprofundou a crise no estado, afetando inclusive a segurança pública. Além disso, uma foto da frota da viatura foi motivo de chacota via redes sociais, pois os carros novos da polícia militar são carros populares, fraco demais para atividades exigentes, enquanto o crime organizado se organizava cada vez mais. E hoje vivemos a tragédia anunciada, que era apenas uma questão de tempo.

Afinal governador, o senhor praticamente jogou toalha para a segurança. Ao dizer isso, assinou o atestado de incompetência, algo que antes se gabava tanto ao ser intitulado como "governador da segurança" e criticava tão contundentemente a insegurança, mas vivencia a realidade que mal está enfrentando. Boas intenções não faltavam, mas faltava ação para tentar amenizar o problema da segurança. Ao fazer esse atestado de incompetência, dizendo que "Não tenho mais o que fazer para melhorar a Segurança Pública do Rio Grande do Norte", deu carta branca para criminosos agirem e fazerem a festa. Deu no que deu hoje.

Enquanto isso, Maranhão viveu um problema semelhante. Bastou Flávio Dino (PCdoB) entrar, tomar medidas adequadas, fortaleceu e valorizou a Polícia Militar (salário, estrutura, condições de trabalho) e hoje Maranhão é um dos estados mais seguros do país. Palavras eram poucas, assim como declarações polêmicas, mas sobrou ação. E hoje Dino tem bons índices de aprovação, sobretudo na área da segurança. Basta olhar o exemplo que o Maranhão fez para melhorar a segurança pública. Falar menos besteira e agir mais.

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