quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Aumenta-se a qualidade

Em grandes cidades, há sinonímia entre ônibus e sacrifício, na qual a solução mais eficaz, ao menos supostamente, é a aquisição de um veículo individual. Daí há pessoas que, com ideologia semelhante, adquire carro. E mais e mais carros aparecem na rua, com a sensação de depender menos do transporte público, por conseguinte assistimos a um efeito cascata. Como as vias mal receberam adequações o suficiente para um enorme contingente de veículos individuais, também há um efeito cascata de problemas viários.


Em primeiro lugar, a má qualidade do transporte público é um fator fortemente influenciador pela aquisição de um veículo automotor, cuja solução é rápida e curto prazo, considerando que atualmente um carro oferece, de conforto, o que o ônibus não. O problema reside a médio e a longo prazo, congestionando vias e prejuízos econômicos, considerando arrecadações crescentes, e inúteis, pois o que o estado ganha com multas e impostos viários, perde com engarrafamentos e obras inacabadas e malsucedidas para ao menos sanar o congestionamento.

Logo após, temos perdas tributárias com trânsito pesado, o que é prejudicial para o estado, pois a força de trabalho depende fortemente da fluidez do trânsito, principalmente transporte de cargas. Para cidadãos comuns, é interessante ao estado porque permite um maior consumo, mas com a falta de estímulo ao transporte público, aliada às maquiagens na mobilidade urbana é convidativo à perda de arrecadação, levando uma cidade à recessão.

E então, como há o desejo da prefeitura em, supostamente, melhorar o transporte público, apenas com maquiagem se não deseja, ao menos, realizar uma concessão (clique aqui para ter uma ideia)? A tarifa é elevada, mas a qualidade oferecida não é compatível com a qualidade. O que é mais viável é adquirir carros, engarrafar o trânsito, herdando transtorno e perdas de receita na prefeitura, pois o engarrafamento desencoraja cidadãos a realizarem atividade consumidora.

Investir em transporte público não é apenas pintar de faixa, separando carro e ônibus. Se não melhorar o sistema, apenas o trânsito, uma vez carregado, torna-se pior. Deve-se, portanto, realizar concessões e incentivar o uso de transporte de massa, não só com palavras e propagandas (como acontece em Natal), deve ser feita com atitude e participação da sociedade, empresas e classe política.

Heitor B. S. Bezerra
Engenheiro Eletricista

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