Editorial: Democracia sim, Agressão não.

Dada a largada do golpe, ou salvação para alguns (apesar de que acreditemos que será golpe), muitos comemoram como se fosse título, mas que pode levar às grandes consequências imprevisíveis, sejam boas ou não. E aqui deve ser respeitada opiniões daqueles que defendem ou não tal ato.

Acreditemos que há bons motivos sim, para a saída de Dilma, mas também há bons motivos para não. O grande problema é que quem autorizou o golpe (se realmente for) é nada mais que Eduardo Cunha, sujeito este que tem, comprovadamente, forte envolvimento com corrupção. E o mais estranho disso é que o PT, por mais defeitos tenha, decidiu ir contra Eduardo. E essa abertura do processo de Impeachment soa um tanto estranho.

Estranho porque o PT vai votar contra Eduardo Cunha no conselho de ética e essa foi a resposta dele (leia-se chantagem). E a "oposição" abraçou esse projeto, tornando o sujeito como "heroi do povo brasileiro", o que na prática é debochante para a moralidade, considerando que o presidente da câmara tem claras evidências da participação direta e indireta nos esquemas de corrupção, além de um recente, com o banqueiro preso.

Já para Dilma, acreditemos que quase nada pesa contra ela, a não ser atrasos em pagamentos de empréstimos aos bancos públicos, motivado pelos programas sociais. Ok, atrasos. Mas muitos vêm sendo pagos, mas os juros são elevados. E daí o TCU reprovou as contas. Houve excesso de gastos, mas muitos governos estaduais e municipais fazem estas práticas (e até mais graves).

Não defendemos o PT nem Dilma, mas soa um tanto estranho (e põe estranho nisso) a abertura do processo do golpe por alguém de idoneidade questionável (e põe questionável nisso). E então pagaremos para ver os próximos capítulos, o que consideramos deboche.

E para busólogos, uns apoiam a queda de Dilma, outros são contra. Fica aqui a mensagem: deveremos fazer discursos responsáveis e não levantar ideologias políticas para ofender ou denegrir imagem do outrem. Deveremos tratar tais assuntos de forma mais democrática possíveis, sem o uso de agressividade, afinal o bom debate funciona com concordâncias, ou não, de ideias, não de troca de farpas.