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Ar condicionado em ônibus: Antes era luxo, hoje é necessidade Fonte: Fortalbus |
Novos veículos de Fortaleza, com ar condicionado instalado, visando ao conforto térmico quem nele trabalha e seus usuários Fonte: Fortalbus |
Fortaleza é a primeira capital do Brasil a efetivar obrigatoriedade de ar condicionado em ônibus urbanos novos. Tal obrigatoriedade foi fruto de acordo entre a ETUFOR e SINDIÔNIBUS, em que um ofereceu contrapartida a outro, visando ao conforto térmico
para passageiros e motoristas. No entanto, para que o uso seja de forma eficiente e consequentemente, ocorra mínimos impactos negativos, há diversas variáveis técnicas para garantir a integridade do sistema de ar condicionado e então, maximizar o conforto térmico do aparelho que é cada dia mais usado por todos nós.
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Ar condicionado para ônibus aberto, com detalhes visuais Fonte: Refri Auto Ar |
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Desenho esquemático do ar condicionado para ônibus Modelo: Denso LD8-i Fonte: Só Ar |
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Cortina de ar, para tentar manter o confinamento do ar refrigerado dentro do veículo e reduzir impactos negativos no sistema de ar condicionado em ônibus urbano. Fonte: Web Ar Condicionado |
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Troca de calor a partir de "capilares", por onde é transportado o fluido refrigerante. Fonte: Mecânica Caseira |
E o trocador de calor, aquela tubulação que percorre o fluido refrigerante? Essa é a parte que troca calor com o exterior (condensação) e faz com que ventiladores internos "joguem" ar, já refrigerado, para o interior (evaporação). Dependendo da capacidade do compressor do ar condicionado e da aplicação do motor do veículo, essa troca de calor e geração do ar refrigerado poderá ser ineficaz, pondo em risco a integridade do sistema. Um exemplo claro é o uso de motor de urbano, com o condicionador de ar instalado, fazendo percurso rodoviário de longas distâncias. Com a considerável variação de temperatura externa, o ar condicionado será ineficaz, consequentemente, os passageiros terão a sensação de que ele esteja "apenas ventilando", que na verdade o sistema pode estar operando em máxima capacidade, mas gerando ar refrigerado insuficientemente, devido limitações construtivas, devido ao porte do motor. Por isso, não basta apenas adquirir veículos com ar condicionado. É necessário também conhecer o motor do veículo e saber qual aplicação o veículo terá.
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Há momentos que o ônibus fica frio demais, por conta da elevada capacidade do ar condicionado, dimensionado com capacidade condizente do motor , mas não com o ambiente. (nesse caso, em O500RSD pode acontecer situações assim) Autoria: Allan Jefferson |
Apostas tecnológicas visando a elevada eficiência energética
Controlador "Inverter" e de partida em uma das máquinas VRF instalada na UFRN (CTEC) Arcevo pessoal (Heitor B. S. Bezerra) |
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Gráfico comparativo quanto o conforto térmico proporcionado pelo ar condicionado DC Inverter. Fonte: Daikin Air Conditioner |
Diferentemente do sistema convencional de ar condicionado, onde o compressor parte e desliga várias vezes, para "tentar manter a temperatura", o DC Inverter parte suavemente, aumenta a velocidade do compressor para gerar carga térmica o suficiente para atingir temperatura e uma vez atingida, o compressor reduz a velocidade e mantém-se constante, economizando assim energia elétrica e combustível, quando aplicado em ônibus, onde a economia pode atingir os 40%, se comparado com o sistema convencional. E para passageiros, é excelente, pois a temperatura mantém-se constante, quase sem oscilações, diferentemente em sistemas convencionais de controle, ainda que use soft-starter.
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Comparativo de partida entre sistemas de ar condicionado Convencional X Inverter Fonte: Midea Carrier |
Resumindo: Capacidade corretamente instalada, aplicabilidade correta e tecnologias embarcadas em ar condicionado para ônibus fazem sim a diferença quanto ao consumo de combustível, eficiência energética, menor gasto para frotista e excelente conforto térmico para quem nele trabalha e passageiros. Tanto é que colocar ar condicionado em ônibus não é um gasto desnecessário. É investimento na melhora da qualidade do transporte público, pois desencoraja o uso de carros particulares. Além disso, os equipamentos, a cada dia que passa e a cada pesquisa realizada, são mais eficientes e confiáveis e, portanto, proporcionam mais benefícios para quem depende do transporte público e para frotistas. Logo, atualmente, ar condicionado em ônibus deixou de ser gasto para "quem quiser luxar" e passou a ser o investimento necessário.
Sobre o Autor: Heitor Bezerra é engenheiro eletricista e aluno do Mestrado Profissional de Engenharia Elétrica na UFRN, com ênfase em Eficiência Energética em ar condicionado e TPM (Total Produtiva Manutenção).
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